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quarta-feira, 25 de junho de 2014

PAULO E VIRGÍNIA - Por Bernardin de Saint Pierre



PAULO E VIRGÍNIA 
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                     Na encosta oriental da montanha, que se eleva por detrás de Port-Louis, na ilha de França, veem-se as ruínas de duas pequenas cabanas.  Uma vez que o autor se encontrava junto delas gozando do panorama imenso e da solidão profunda, um homem de cabelos brancos e de fisionomia simples e nobre passou por lá. 
                     Após trocar algumas palavras com o autor, como este lhe perguntasse a quem haviam pertencido aquelas cabanas, respondeu: 
                    - Eram habitadas por duas famílias, cuja história é comovedora. Mas a quem poderá ela interessar?  Os homens não querem conhecer senão a história dos grandes e dos reis. Então o escritor insistiu para que lhe contasse a história e este narrou como era simples e dramática a vida de Paulo e Virgínia. 
                    -  Em 1726, um jovem da Normandia, chamado o Senhor de la Tour, veio a esta ilha em busca de oportunidade para fazer fortuna. Aqui deixou a mulher, uma senhora ainda moça que o tinha desposado contra a vontade de seus pais, e embarcou para Madagascar com a intenção de comprar um negro que seria seu escravo, para em seguida voltar e fixar residência neste local. 
                    Mas em Madagascar foi atacado pelas febres, que assolavam aquele lugar, e lá morreu.  
                     A Senhora de la Tour ficou sozinha com uma filhinha que ainda mamava no peito chamada Virgínia, e uma escrava preta chamada Maria. Aceitando corajosamente seu triste destino dispôs-se a cultivar um cantinho de terra para ter com que viver.  Foi então que a Providência Divina lhe mostrou  o que lhe havia reservado o destino. Ela nunca havia imaginado que, no meio daquela solidão,  encontraria  uma amiga chamada Margarida.  Esta, por sua vez, tinha um filhinho, Paulo, e um escravo preto chamado Domingos.   
                     As duas senhoras, além da bondade de alma e dos simples costumes de vida, teriam uma idêntica desventura. Logo começaram a tratar-se por irmãs. 
                     O tempo passou e elas viam seus filhos crescerem juntos e De la Tour dizia a Margarida: 
                    - Minha querida amiga, cada uma de nós terá dois filhos e cada um dos nossos filhos terá duas mães. 
                    Também os dois pequenos logo começaram a falar e tratar-se como irmãos. Muitas vezes adormeciam juntos no mesmo berço, nos braços um do outro; e as mães já começavam a falar do sagrado nó que os uniria quando chegassem à juventude. 
                      Paulo e Virgínia não sabiam ler nem escrever e não conheciam o mundo além dos limites de sua ilha. Seus alimentos eram simples e rezavam a Deus com coração inocente e puro. 
                     A infância decorria-lhes como uma bela aurora que anuncia cada dia ainda mais belo que o anterior. 
                     Virgínia, mal acordava de manhã cedo, ia à fonte buscar água para fazer o almoço. Era uma formosa moça de doze anos, de olhos negros e lábios suaves e corados. 
                     Guiado pelos ensinamentos da natureza, Paulo plantava árvores, cultivava o campo, onde plantava arbustos e flores,  colhendo frutos, embelezando e tornando fecundo os lugares mais estéreis. 
                     Os dois amavam-se e não poupavam esforço na hora de ajudaram-se, sempre dispostos a agradar um ao outro; mas não regateavam também a sua piedade e seu socorro às desventuras alheias. 
                    Num domingo, quando as duas amigas tinham ido à missa, apareceu no bananal uma senhora negra, que atirando-se aos pés de Virgínia, dizia-lhe: 
                    - Minha querida menina, tenha piedade dessa pobre escrava; fugi do meu senhor porque me batia da manhã à noite; já faz um mês que ando pelas montanhas esfomeada e perseguida por seus caçadores e cães.   
                   Paulo e Virgínia confortaram-na, deram-lhe de comer, e depois resolveram eles mesmos irem pedir ao patrão da mísera escrava, que habitava nas margens do rio, no outro lado da montanha. Esse homem, de cor morena com sobrancelhas pretas, observava a bela figura de Virgínia e, ouvindo a voz suplicante, tirou o cachimbo da boca e prometeu perdoar a escrava fugitiva.   
                    Ao voltarem para casa, já no meio do caminho, sentiam-se cansados e com fome. Paulo foi à procura de alguma coisa para Virgínia comer; enquanto isso a noite chegou e viram que não poderiam voltar, mas não queriam passar a noite naquele lugar inóspito. O jovem pôs-se a chorar e Virgínia tentava animá-lo dizendo: 
                   Rezemos, e Deus terá piedade  de nós. 
                   Tinham acabado a oração quando ouviram um latido ao longe. Era seu fiel cão que vinha ao seu encontro seguido pelo criado Domingos. O negro, contente por tê-los encontrado, acendeu uma fogueira e os reanimou; mas resolveram pôr-se a caminho, preocupados com o crescente frio na noite e com a inquietação que estariam as mães. Entretanto, além do cansaço,  já estavam com os pés vermelhos e inchados. 
                   Domingos estava cada vez mais preocupado por não poder prestar bom socorro às duas crianças. Eis que de repente surge um grupo de escravos fugitivos; eles haviam tomado conhecimento sobre a atitude de Virgínia intercedendo pela escrava fugitiva e, em sinal de agradecimento, se ofereceram para levar as duas crianças nos ombros até sua casa.
                   Em casa, as duas mães estavam aflitas à procura dos filhos e ficaram muito felizes com sua chegada e  imediatamente providenciaram de comer e beber para os escravos fugitivos que logo partiram.
                   A paz e a serenidade voltaram a reinar entre aquelas pessoas que não conheciam a inveja, nem a vaidade, nem a intriga e nem a calúnia. Essas virtudes e até seus nomes eram desconhecidos na ilha e quando algum viajante, no caminho de Pamplemus,  peguntava quem morava naquelas duas cabanas, a resposta era sempre a mesma: 
                  - É boa gente. 
                   Vivendo na solidão, em vez de se tornarem mais rudes, tornavam-se mais humanos. Suas conversações eram suaves e inocentes. Paulo costumava falar  dos trabalhos do dia anterior e oque faria no seguinte. 
                   Muitas vezes a senhora De la Tour lia em voz alta um trecho do Novo ou do Velho Testamento. Tudo a volta os induzia admirar uma inteligência infinita, onipotente e benéfica;  e esta confiança em Deus enchia-os de consolo pelos sofrimentos do passado, de coragem para o presente e de esperança para o futuro. 
                   Aos domingos sempre iam à missa na igreja d Pamplemus; com muita delicadeza sempre se recusaram a travar relações com as famílias do lugar, mas nunca se furtaram ao auxílio do seu conselho ou dos seus presentinhos para quem quer que deles precisasse. 
                   Principalmente Virgínia, costumava ir com a mãe visitar e confortar os doentes, aliviando-lhes as penas do corpo; fazia uma espécie de pregação elevando-lhes seus espíritos e os direcionando para Deus. 
                   Às vezes voltavam tarde e a noite os surpreendia nas florestas; mas o ar puro  e a suavidade do clima, permitiam-lhes dormir em baixo das árvores; ali não havia perigo de ladrões nas casas que ficavam abandonadas, pois que naquela ilha, onde não havia comércio, estava-se em completa segurança e ninguém se lembrava sequer de fechar as portas  com chave.  
                   Para Paulo e Virgínia, o dia do aniversário de suas mães era muito especial e cheio de alegrias. Virgínia preparava bolos para as famílias necessitadas e Paulo é quem os distribuía e aproveitava para convidar a todos a vir passar o dia em casa de Madame de la Tour. Acarinhavam-nas, cumulavam-nas de atenções e de confortos, tanto quanto o permitia a sua humilde condição. Eram, em suma, muito felizes, mais do que aqueles que viviam nos meios sociais, pois neles em breve se atinge o cansaço dos seus gozos artificiais, ao passo que os que proporciona a natureza e a religião são inexauríveis.  
                    Paulo e Virgínia não tinham calendário e nem relógios; os períodos de sua vida eram regulados pela natureza. 
                    - A sombra da bananeira já chegou ao pé da árvore, dizia Virgílio; é hora de descansar. 
                    - Quando voltaremos a nos ver? perguntavam-lhe as amigas. 
                    - Na época da cana de açucar, respondia Virgínia. 
                    Quando alguém lhe perguntava que idade tinham, ela e Paulo, respondia: 
                     - Meu irmão é da idade do coqueiro ao pé da fonte, e eu do mais pequeno. 
                     Assim iam crescendo sem preocupações, cuidados, e sem que algum pensamento viesse perturba-lhes seu espírito infantil.
                     Durante o verão ocorreu uma seca, que tornou áridas as terras, atormentou com sede os animais, secou os ribeiros, com ventos tórridos do Sudeste soprando sem  cessar. 
                     Num certo dia, de excessivos calores, levantaram-se imensas nuvens  no horizonte trazendo trovões violentos e fortes ventanias, um verdadeiro dilúvio. As casas onde se abrigavam as duas famílias ameaçavam desabar.  Paulo percorria intrepidamente os diferentes locais da casa, segurando aqui uma parede, colocando acolá um barrote, e não se esquecendo, entretanto, de tranquilizar a família. A noite o furacão cessou e os dois jovens saíram a passeio. Paulo disse a Virgínia: 
                    - Por que não tenho coisa alguma que possa oferecer-te em testemunho do meu afeto?
                    E Virgínia respondeu perguntando-lhe: 
                    - Tens ainda o retrato de São Paulo?
                    Era um retrato do santo, em miniatura, o qual se assemelhava  singularmente a Paulo. O jovem imediatamente foi buscá-lo e o deu a Virgínia. 
                    Num certo dia Margarida disse à sua amiga Senhora Tour: 
                     - Por que não casamos os nossos filhos? Eles se querem tanto que parecem terem nascidos um para o outro. 
                    A Senhora Tour respondeu-lhe: 
                    - São muito novos e muito pobres. Mandemos Paulo às Índias, onde poderá ganhar dinheiro e comprar um escravo, pois Domingos está cada vez mais velho e Maria cada vez mais doente. 
                     Quando falaram sobre o assunto com Paulo ele lhes respondeu: 
                     - Por que hei de deixar minha família e ir atras de uma riqueza incerta? E se acontecesse algum mal na minha ausência? Se Domingos está velho e fraco, eu estou novo e me sinto cada vez mais forte. Aqui mesmo poderemos comercializar, vendendo na cidade o que sobra de nossos produtos. 
                     E não houve modo de persuadi-lo.
                     A Senhora de la Tour tinha um tia mito rica que morava na França e nunca lhe havia prestado qualquer auxílio. Mas agora, estando doente e sem esperança de cura, escreveu à sobrinha, chamando-a para perto de si. Se ela não pudesse ir, que mandasse Virgínia, à qual lhe oferecia uma boa educação em Paris, prometendo deixar-lhe todos os bens que possuía. 
                     Essa notícia causou enorme espanto nas duas famílias. Mas a Senhora de la Tour exclamou: 
                     - Não tenhas medo que não vos deixarei. Tenho vivido convosco e convosco hei de morrer.
                     Paulo abraçou-a com imensa alegria dizendo: 
                      - Também nunca a deixarei. Não irei para a Índia; trabalharemos todos para voz e espero que nada vos faltará. 
                     No dia seguinte chegou à humilde habitação o governador da Colônia trazendo, da parte da tia rica de Paris, um grande saco de moedas para as despesas da viagem. Usou de toda sua eloquência para convencer a Madame de la Tour sobre o mal que estaria fazendo  por perder a oportunidade oferecida á sua filha. Tratou ainda de tentar persuadir Virgínia de que a fortuna seria boa também para o Paulo, e a pequena acabou por se convencer. 
                     A ideia de que Virgínia iria partir fez Paulo mergulhar na mais profunda tristeza. Este então chamou sua irmanzinha e perguntou-lhe: 
                      - Onde poderás tu ser mais feliz do que entre aqueles que te amam? Como poderás viver sem o carinho de sua mãe e da minha? Que direi eu a uma ou a outra, quando as vir chorar pela tua ausência?  O que sentirei eu ao olhar para as duas palmeiras que foram plantadas quando nós nascemos e que até hoje tem sido testemunhas de nossa amizade? 
                     Estas e muitas outras palavras desesperadas disse Paulo, fazendo a pobre Virgínia chorar lágrimas que lhe escaldavam as faces. 
                     - Paulo, que sempre fora indiferente à tudo o que acontecia pelo mundo, pediu-lhe então que o ensinasse a ler e a escrever, para poder mandar suas notícias para Virgínia e receber e ler as dela. Também quis aprender história e geografia para formar uma ideia do país para onde ela iria e conhecer os costumes daquela sociedade em que iria entrar. 
                    Quando já havia passado dois anos da partida da filha, a Senhora de la Tour recebeu uma carta da filha. Não era a primeira vez que escrevia, pois estava estudando com os melhores mestres; entretanto, as cartas anteriores foram interceptadas pela tia. Tendo percebido a atitude da tia, desta vez, enviou a carta através de uma amiga, pedindo à mãe que também respondesse para a casa da amiga.  Nessa carta Virgínia descrevia os esplendores em que vivia, mas não conseguia disfarçar que não se sentia feliz. E como poderia deixar de ser assim? Vivendo no meio da opulência, não recebia nenhuma mesada, não tinha sequer alguns trocados para dar de esmola a um necessitado. Assim, sentia-se mais pobre do que nunca. Nem o luxo, nem a instrução poderiam compensá-la das livres e serenas alegrias que tinha gozado na sua humilde cabana. 
                   Paulo havia perdido a esperança de que Virgínia regressasse. Imaginava que o haviam afastado definitivamente dela. Dizia para o amigo: 
                   - Virgínia não me escreve mais. Se já tivesse partido da Europa, ter-me-hia avisado. Não, não volta. Certamente a tia casou-a com algum fidalgo e ela esqueceu-me. 
                   O amigo o incentivava a encher-se de coragem e procurar nos livros o conforto para suas mágoas. 
                    Um dia, ao romper da manhã, Paulo viu hasteada num monte, uma bandeira branca; era sinal de que algum navio estava à vista. Pouco depois, por intermédio do piloto do porto que tinha ido reconhecer o navio que chegava, a Senhora de la Tour recebeu uma carta de Virgínia. A donzela mandava contar a sua mãe os maus tratos da tia por ela se recusar a aceitar o casamento com um senhor da alta sociedade. Tendo-se firmemente recusado a obedecer-lhe, ela a tinha deserdado e mandado para a de volta,  isto aconteceu numa época que só lhe permitia chegar no período dos furacões. Impaciente por tornar a ver os que lhe eram queridos, a menina queria nesse mesmo dia embarcar no barco do piloto, mas o capitão não lhe permitiu por causa do mar que estava revolto.
                     Ao ler a carta a família toda ficou em total alegria. Por volta das dez da noite Paulo foi chamar o amigo para lhe acompanhar. Quando se dirigiam juntos para Pamplemus, encontraram um negro que, a toda a pressa, se dirigia para o porto. Disse ele: 
                     - Vou avisar o governador de que um navio da França está dando tiros de canhão para pedir socorro. 
                     Ouvindo isso, Paulo e seu amigo apressaram o passo, sem dizer uma única palavra. Lá pela meia noite chegaram banhados de suor à praia. As ondas quebravam com força  de encontro aos rochedos. A escuridão não deixava ver nada no mar. 
                      O tempo passou como uma eternidade e pelas sete horas da manhã ouviram um rufar de tambores. Era o governador seguido de alguns soldados. A um sinal dado por eles com tiros de espingarda respondeu do mar o navio com um tiro de canhão. Distinguiu-se então, através da neblina, o casco e o mastro d'uma grande nau. Não obstante o imenso barulho das ondas, ouvia-se gritos e apitos dos marinheiros que repetiram por três vezes: 
                     - Viva o Rei!  - o grito que soltam as equipagens francesas quando estão em grande perigo. 
                     O governado mandou acender grandes fogueiras e procurar, em todas as casas do povoado, mantimentos e utensílios para atender aos viajantes que estavam chegando. 
                     Na manhã seguinte, por volta das nove horas, o furação perdeu força e acalmou-se. Um tremendo ciclone transportou a névoa que cobria a ilha de Ambra e o canal, e a nau apareceu descoberta, com convés carregado de gente, ancorada entre a ilha e a terra. A cada onda que batia, a proa levantava-se deixando ver a quilha, e a popa emergia a ponto de desaparecer. 
                     Num dado momento romperam-se as amarras que seguravam as âncoras ao fundo do mar, e o navio veio a bater nos escolhos da praia. Foi um momento de angustiosa expectativa. Da praia levantou-se um unânime grito de horror. Paulo fez menção de se atirar no mar, mas seu amigo teve tempo de segurá-lo. Depois, vendo que o desespero o pusera fora de si, o amigo e domingos amarraram-lhe à cintura uma grande corda e deixaram-no avançar para a nau. Ora caminhando sobre os rochedos, ora nadando, ora impelido pelas ondas, ora retido pela ressaca, continuava impávido, incansável e tão obstinado que parecia não sentir as pancadas que as ondas lhe davam no peito, nem as feridas sangrentas que os rochedos lhe tinham feito nas pernas. 
                   A equipagem precipitava-se ao mar, sobre mastros, mesas, botes, etc. Apareceu então à popa uma donzela e estendeu os braços para Paulo,  que fazia esforços sobre-humanos para salvá-la. Houve um tripulante que se acerco dela, procurando salvá-la. Mas uma espantosa montanha de água avançou. Virgínia elevou os olhos ao céu e abandonou-se às ondas. 
                  O corpo da desventurada mocinha foi depois arremessado à praia. Os olhos fechados, as feições serenas. Na mãozinha direita, de encontro ao peito, ainda apertava o retrato de Paulo. 
                   Paulo foi levado, sem sentidos, a uma casa vizinha. Quando voltou a si não disse  uma única palavra. 
                  Igual à sua era dor da Madame de la Tour, a quem em vão Margarida procurava confortar. 
                  Os funerais de Virgínia foram os mais comoventes que se pode imaginar. Como homenagem à virtuosa a infeliz donzela, o governador ordenou que se fizesse solenes exéquias. Quando o cortejo passou em frente às duas cabanas, onde por certo tempo se albergavam a felicidade das duas famílias, o hinos cessaram e só se ouvia soluços. Muitas moças corriam para tocar o caixão invocando Virgínia como uma santa. As mães pediam a Deus que suas filhas fossem como aquela jovem que era, para os pobres, uma amiga tão sincera. 
                  Algumas escravas negras depuseram cestos de frutas no seu tumulo e suspenderam peças de pano nas árvores vizinhas, à maneira de suas tribos. As mulheres de Malabar trouxeram gaiolas cheias de pássaros, aos quais deram a liberdade conforme a linda tradição dos seus países. 
                  Mas Paulo não assistiu às honras prestadas à sua amiga dileta. Esteve muitos dias entre a vida e a morte, e quando recobrou as forças, seu amigo, em vão tentou distraí-lo da sua dor. Inutilmente repetia: 
                   - Virgínia continua existir; e é mais feliz do que quando estava conosco; está com Deus; e Ele não pode deixar de recompensá-lo por tudo de bom que fez nesta vida. 
                    Mas nem este pensamento bastava para consolá-lo. Dois meses após a morte daquela que ele chamava de irmã, Paulo morreu também e sua mãe segui-o ao túmulo no fim de oito dias.
                     A infeliz tia Madame de la Tour, que tantos males tinha ocasionado, morreu atormentada de remorsos e de espantosas visões num manicômio, onde havia sido internada como louca por alguns parentes ávidos das suas riquezas. 
NOTA: lembro a todos que esta e outras histórias são resumos que fiz das originais. 
Meu objetivo é despertar a curiosidade e o interesse pela leitura dos grandes clássicos.
Nicéas Romeo Zanchett 

BREVE BIOGRAFIA DE Bernardin de Saint Pierre. 
    Mais tarde vou escrever a biografia.

                      

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